O chefe do Banco do Canadá, Tiff Macklem, diz que o mandato deve evoluir em um mundo "propenso a choques"

OTTAWA — Tiff Macklem está usando um broche do Edmonton Oilers enquanto reflete sobre ter chegado muito perto de vencer grandes adversidades.

É um dia significativo para o governador do Banco do Canadá. Ele acaba de expor ao país inteiro e a um público global seus motivos para manter a taxa básica de juros do banco central estável pela segunda vez consecutiva.

Naquela noite também acontece o Jogo 1 da final da Stanley Cup da NHL. Macklem encerra sua coletiva de imprensa com um caloroso "Go Oilers!"

É uma revanche da decepção do ano passado, quando os Oilers chegaram muito perto de uma recuperação aparentemente impossível em quatro jogos contra o Florida Panthers, mas perderam por apenas um gol no Jogo 7.

Macklem também estava quase seguro ao declarar vitória no ano passado.

Ele havia quase garantido um cobiçado "pouso suave" para a economia do Canadá — um feito raro em que uma política monetária restritiva reduz os níveis crescentes de inflação sem levar a economia a uma recessão prolongada.

"Reduzimos a inflação. Não causamos uma recessão", disse Macklem em entrevista à The Canadian Press após o anúncio da taxa na quarta-feira.

“E, para ser franco, até o presidente (Donald) Trump começar a ameaçar a economia com novas tarifas, estávamos de fato vendo o crescimento acelerar.”

Após sair de uma crise, o banco central agora precisa lidar com outra: tarifas dos EUA.

Cinco anos após assumir o comando do Banco do Canadá, Macklem disse que vê o papel do banco central na condução da economia — assim como o papel do Canadá no cenário mundial — evoluindo.

Muitos canadenses se familiarizaram mais com o Banco do Canadá nos últimos anos. Após a recuperação da pandemia de COVID-19, que desencadeou a inflação, o rápido ciclo de aperto monetário do banco central e os subsequentes cortes de juros foram as principais notícias para os canadenses ansiosos, estressados ​​com a alta dos preços e dos custos dos empréstimos.

Tudo isso em busca do cumprimento da meta de inflação de dois por cento do banco central, parte de uma determinação do governo federal que será revisada no ano que vem.

Macklem disse que os últimos anos levaram o Banco do Canadá a examinar minuciosamente algumas de suas métricas, como a inflação básica e como ela responde a choques de oferta na economia.

Mas ele defende manter a meta de inflação do banco, especialmente em um momento de turbulência global.

“Nossa estrutura flexível de metas de inflação acaba de passar pelo maior teste que já tivemos nos 30 anos desde que anunciamos a meta de inflação”, disse ele.

Não vou fingir que foram alguns anos fáceis para ninguém. Mas acho que a estrutura teve um bom desempenho.